O que o público acha?

As personalidades interessantes entre os artistas de rua nem sempre carregam instrumentos em suas mãos. Parte fundamental do trabalho destes artistas é o público, vezes fidelizado pelos músicos, vezes apreciadores da arte de rua de maneira geral, como no caso do ex-músico Oswaldo, que deixa sua casa ao menos duas vezes por semana para apreciar a diversidade musical da Avenida Paulista, na região central da capital paulista.

"Tentei ser músico durante 20 anos da minha vida. Dos 16 aos 36. Já faz 10 anos que eu parei. Gosto de ver esses caras que continuam batalhando", contou Oswaldo enquanto, ao fundo, Tim Max entoava seus acordes de bossa nova em frente ao Conjunto Nacional. "Esses caras aqui da Paulista são os melhores", completou.

Como um dos principais cenários da arte de rua paulistana, a Avenida Paulista torna a música parte do dia-a-dia dos que trabalham ou estudam por lá. Gabriel, que trabalha na altura do número 1.800 da avenida, analisa que existe, sim, uma motivação comercial entre os artistas. "Quando começa a faltar grana, aparece um outro cara com um outro estilo que agrade mais, e o anterior tem que procurar um novo point. É aquele lance: o artista tem que ir onde o povo está", explica. "Eles vão revezando".