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A música tem poderes incontestáveistanto na vida de uma única pessoa, como na cultura de uma nação.

 

Por meio dela nos expressamos, entendemos, contestamos e nos divertimos. Pesquisadores do mundo estudam esses efeitos e comprovam que a música pode mudar o humor, inteligencia e desempenho físico e mental.  

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EU

MÚSICA

Playlist especial

Músicos de Rua

Marcos Silva -
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Theo com Sétima -
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Tim Max -
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Rodrigo Mello -
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Cucamonga -
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Marquinhos da Viola e Ana Maria -
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Galeria de Imagens

Eu sou músico de rua! Conheça a história desses artistas.

Marcos Silva, 36, já está no mundo da música há 18 anos. Tocou em bares, bandas, todos os tipos de eventos. Há cerca de 1 ano toca na paulista, a sua última empreitada e a que lhe tem sido melhor até então. O motivo: a independência. “Não que eu não prefira outros ambientes, mas a rua está aqui disponível sempre, não é que nem você tocar em um bar, onde você fica na expectativa das pessoas lhe chamarem. E depois se elas vão te pagar, quando, como, se vão te pagar em cheque. Na rua não tem “xabu”, venho aqui monto onde quiser tocar e pronto”.

Para Marcos, o retorno pessoal de tocar na rua é bem maior do que o financeiro, mas eles quase se equiparam. “Vai muito da sua aplicação. Tem que ter o foco de vir trabalhar todo dia como um outro trabalho convencional. Mas dá para viver bem sim, atualmente eu tenho conseguido, graças à Deus”.

Além das pessoas que passam na avenida paulista, Marcos também tem uma plateia bem menos rotativa. A sua estratégia é tocar em frente a um restaurante. Assim, ele interage com as pessoas, atendendo pedidos de músicas. De tempos em tempos vai até às mesas para conversar diretamente com os clientes. Para Rogério Correia, gerente do restaurante, é um ótimo negócio. “Conseguimos atrair mais pessoas com uma música ao vivo de ótima qualidade, mas sem ter que arcar com nenhum custo”.

Marcos Silva - Música Independente

Rodrigo Mello - Música para todos

Rodrigo Mello, 32, é formado em administração de empresas, mas já há algum tempo deixou completamente de lado essa profissão para se dedicar a grande paixão de sua vida, a música instrumental. Entre suas principais influências estão Stevie Wonder, Marvin Gaye e Kenny G. Misturando músicas clássicas do Jazz, com influências da cultura pop atuais, Rodrigo se apresenta há cerca de 1 ano e meio na avenida paulista, no centro e no parque Ibirapuera.

 

Seu intuito é levar a música para todas as pessoas, transmitindo a sua mensagem, por meio do seu saxofone, não importando a classe social. “Dois senhores se aproximaram e chegaram até a chorar. A gente ficou conversando por uns 10 minutos e eu lhes perguntei onde moravam. Eles apontaram para o outro lado da rua. Está vendo aquele banco ali? A gente mora ali embaixo. Saber que eles moravam ali pertinho na rua, me emocionou bastante. Eles falaram que me ouviam toda a noite, pegaram uma moedinha que tinham no bolso e me deram. Vejo isso como um aprendizado para gente dar mais valor à vida. Às vezes você vê pessoas que têm tanto, mas estão sempre tristes, reclamando, enquanto outras que não têm nada estão sempre com o sorriso no rosto”.

 

Essa situação é muito mais comum do que a gente se imagina, o que mostra que o músico de rua também tem um importante papel de levar a música para muitas pessoas que não têm condições de pagar por esse entretenimento. Marcos Gomes, saxofonista da banda Cucamonga, também nos relatou uma história semelhante. “Estava tocando na Barão de Itapetininga com um amigo quando um jovem, que não devia nem ter 13 anos se aproximou e ficou nos assistindo. Ele era engraxate. Depois ele se aproximou, e falou ‘gostaria tanto de dar ao menos 10 centavos para vocês, porque vocês tocam demais, mas não tenho nenhum dinheiro’. A música ultrapassa tudo isso, status, classe social, raça, ela é universal e a gente está na rua para fazer música paras pessoas e é isso que importa”.

 

Outro caso ocorreu com o Marcos Silva, que toca MPB na paulista. “Um morador de rua parou, ficou ouvindo eu tocar, ele se emocionou, começar a chorar. Ele estava com várias sacolas, desdobrou todas elas, tirou uma latinha bem pequena e jogou uma moeda de 1 real. Pelo trabalho que ele teve para achar aquela latinha era o único dinheiro que ele tinha. Quase chorei também. Tocando na rua você sempre tem muito contato com as pessoas e aprende a enxergá-las por outro lado. Cada um sempre tem uma reação diferente, a maioria das vezes positiva, mas o ser humano é bem surpreendente. Então você aprende a lidar com as pessoas, a ver como elas pensam, como elas agem e isso você leva para vida”.

Danúbio tocava na rua sozinho até que resolveu convidar o Gabriel, que também tocava bateria na rua, para formar uma dupla. Depois de um tempo apareceu o Diego, guitarrista, e eles formaram um trio batizado Theo com a Sétima. Há cerca de 1 mês convidaram o baixista Ozi para se juntar a eles. Agora encontraram a formação ideal. E por que tocar na rua? “Porque é divertido para caramba”, afirma o Diego. “Estou fazendo por um motivo egoísta, não é pelo dinheiro não. Estou tentando sair da depressão e tocar na rua me tira desse estado ruim”.

Danúbio nos explica que a escolha das músicas é feita de forma aleatória “A gente toca tema de desenho, música dos Mamonas Assassinas, músicas mais populares de vários gêneros e às vezes a gente toca jazz, cujas músicas não são muito conhecidas, mas a galera sempre gosta”. “Sempre recebemos muitos pedidos e quando não conhecemos a música, a gente vai lá estudar para voltar outro dia e tocar. A gente combina com as pessoas. Passa amanhã, é assim que funciona”, completou o Diego.

 

 

Para o guitarrista do grupo, outro aspecto muito importante de tocar na rua, com esse grupo, tem sido o aprendizado. “Aprendi muito sobre o Jazz com eles, graças à rua. Eu não conhecia nada de Jazz. E aí você vai acumulando conhecimento e vai sendo muito om para mim como estudante, quanto para eles que são meus professores. É um prazer tocar com essa galera foda”.

 

Depois dessa declaração, todos deram risada. “Ah, é difícil para cacete vai, vocês concordam comigo”.“Ele é muito modesto, o cara é muito bom, mas é muito modesto”, afirma o baixista Ozi, que é professor de guitarra, violão, baixo e cavaquinho. “A gente não faz isso aqui pela grana, eu sentia a necessidade de vir para rua porque eu dou aula o dia todo, mas quase nunca toco, porque tenho que parar para ensinar o aluno. Então, aqui é uma oportunidade que eu tenho para estar tocando, me pôr a perigo para estudar mais, é muito gratificante esse calor que a gente recebe do público, dá um gás”.

 

Já o baterista Gabriel, em poucas palavras resume o espírito da banda. “A gente toca por nós mesmos, não nos importamos com a grana, o som saindo bom, vendo que as pessoas estão gostando, então já está tudo ótimo”.

Théo com Sentima- Música anti-depressão

Tim Max - Música de berço

Com influências musicais presentes desde quando era criança, Tim Max contou que sempre teve afinidade com a música, em especial a Bossa Nova. Nascido em Presidente Prudente, o cantor, violonista e compositor veio para a capital paulista ainda criança. "Eu tinha uns oito anos", revelou após fazer algumas contas rápidas. "Cheguei aqui em 64 [1964]. O bicho 'tava' pegando. Meu avô tocava acordeom, então eu fiquei familiarizado com música em casa. Na escola, quando entrei na aula de violão, eu ja sabia afinar sozinho", lembra o artista que tem o turismo como principal fonte de renda.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

De acordo com Tim Max, seu trabalho fora das ruas lhe permitiu conhecer diversos lugares dentro e fora do País e, consequentemente, a oportunidade de tocar para diferentes públicos. "Até toquei em Paris, na escadaria de Sacré Coeur. Toquei nos Estados Unidos, mas la é...", interrompeu enquanto torcia o nariz e indicava, balançando a mão, que a experiência não foi tão boa. "Em Berlim toquei também e agora estou indo para a Rússia. Lá é legal! Tenho um amigo que está tocando lá e tá arrebentando. Vou ficar uns 15 dias", contou animado.

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